terça-feira, 27 de junho de 2006

Artigo

O MEDO DO ÓBVIO
Geraldo Almendra


“Meu medo é que ele (Lula) queira um terceiro mandato [através de uma] reforma da Constituição, como fez [Hugo] Chávez, como fez [Alberto] Fujimori. Eu temo que se Lula for eleito, sobretudo no primeiro turno, com a força de 60 milhões de votos e sem maioria no Congresso, ele tenda a governar diretamente com o povo, tirando a intermediação do Congresso”.(Cristovam Buarque)

Com a frase acima o Senador Cristovam Buarque declara de forma redundante o óbvio da lógica conseqüente da tomada definitiva do poder pelo desgoverno Lulla, após as eleições de outubro.

O Brasil, país desonrado perante o mundo pela corrupção e pelo corporativismo dentro dos poderes da República, ficará marcado na história das nações pelo fato de mais da metade dos seus cidadãos ter sido comprada pelo suborno da bolsa-família e ter se perfilado pacificamente à beira da cova coletiva da democracia e de nossas liberdades individuais sem resistência, lembrando as filas das vítimas do nazismo que se perfilavam junto dos buracos abertos para enterrá-los sem esboçar qualquer reação relevante, como se levar um tiro lutando ou fugindo da morte, fosse pior e menos digno do que aceitar ser morto sem reação.

Recentemente já fomos “surpreendidos” com uma declaração interessante de uma Sra. indicada pelo presidente para ocupar uma vaga na mais alta corte do país. Esta digníssima senhora, conforme publicado na mídia, faz uma recomendação – juridicamente espúria [nossa ênfase] – para que o STF adote cautela para julgar as 40 pessoas denunciadas no escândalo do valerioduto, enfatizando que, apesar da cobrança da sociedade por punições, a justiça não pode ter pressa e tem que agir com a razão. Em outras palavras somos todos uma cambada de imbecis e palhaços.

Os futuros historiadores deverão ficar embasbacados com tamanha “competência” de um movimento fascista que conseguiu, de uma só tacada, roubar bilhões do Estado para financiar o suborno dos cúmplices dos traidores do país, destruir o Parlamento pela absoluta prostituição da política com as malas de dinheiro dos mensalões, comprar a lealdade da academia com as sinecuras do empreguismo público, convencer a Igreja que Deus está do lado do fascismo-populista-corrupto, transformar o Poder Judiciário mais bem pago do mundo em seu capacho ideológico, promover um derrame de dinheiro público para comprar o apoio de instituições civis e ainda ser embalado no colo pela maior rede de televisão no país. Tudo isso sem precisar dar “nem um tiro de espingarda de chumbinho”. Somente invadiu e depredou “algumas” propriedades privadas e arrasou algumas instalações do Congresso, para mostrar ao país do que a bandeira vermelha de estrela única é capaz de fazer. Fantástico, o show das maracutais do retirante fazendo o país ficar de calças arriadas e pedindo desculpas por estar nesta posição.

Depois dessa arruaça toda se pergunta: alguém já foi punido pela nossa gloriosa Justiça? Fala sério!

Das duas uma, ou as pessoas esclarecidas do país não entendem bulhufas da história dos regimes fascistas e comunistas que já andaram por aí fazendo da vida de milhões de pessoas algo simplesmente insignificante, ou todos os implicados na destruição do Estado Democrático de Direito estão sendo subornados pela esperança individualista de que o meu ele não leva já que estou do lado dele. Esperem sentados!

Como cidadão não tenho muito mais o que fazer além de continuar traçando o caminho de minha prisão e execução com minhas palavras de revolta pela sacanagem que esses calhordas estão fazendo com o meu país, e desejar que a sabedoria do destino reserve para todos o “prêmio” que merecerem, seja em vida ou nos confins do inferno.

Que na minha pedra esteja registrado: “Não fui subornado pelo fascismo, não fui covarde, não fui corrupto e nem traí minha pátria”.

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