sábado, 17 de março de 2007

Filhos: forma como os pais encaram o dinheiro faz toda a diferença na educação

Devo comprar um cofrinho? As mesadas funcionam? Premiar meu filho financeiramente pelo seu bom desempenho escolar dá certo? Devo remunerá-lo por tarefas extras em casa? É natural que muitas dessas questões, ou pelo menos parte delas, passem pela mente dos pais.

A preocupação com a educação financeira é uma realidade. Afinal, o mercado de trabalho se torna cada vez mais acirrado, a luta para conciliar despesas e receitas cresce e a preocupação com o futuro, diante da aposentadoria, é praticamente comum a todas as famílias. Portanto, é preciso formar nossas crianças para que possam encarar o "amanhã". E por onde começar?

Dívidas x futuro

Gustavo Cerbasi*, autor de livros sobre o tema, destaca que no País, atualmente, 55% da população está endividada. Dessa parcela, cerca de um terço não faz idéia de como quitar suas dívidas.

Em contrapartida, o brasileiro mostra outra preocupação: quer gastar parte do seu dinheiro para investir no amanhã. O especialista destaca ainda que, diante dos próprios erros cometidos na vida financeira, os adultos querem formar os seus filhos para este futuro.

Pais, a referência

Cerbasi argumenta que, neste processo de aprendizado, os pais são referência. "As crianças começam a conhecer as finanças muito cedo, ao verem seus pais negociarem uma compra ou forma de pagamento", esclarece.

O especialista enumera sete princípios fundamentais que podem ajudar na educação financeira dos filhos. Confira:

* valorizar - os pais precisam proporcionar mais valor às crianças, em termos não financeiros. Ou seja: nem tudo que oferece alegria a um filho é pago: um passeio ao ar livre ou uma tarde de brincadeiras e bom diálogo entre pais e filhos não tem preço!

* celebrar - as famílias devem valorizar mais os momentos especiais, que quebram a rotina. Isso significa presentear sim... porém, nas datas comemorativas;

* orçar- os pais devem aprender a máxima: seu limite é o que você tem. Se o filho vê o pai sempre estourando no cheque especial, vai achar isso absolutamente natural quando tiver suas próprias finanças! Ou seja, comprometerá suas finanças desde cedo;

* investir - use os juros a seu favor. Os juros recompensam poupadores. Isso significa que, caso não tenha dinheiro para comprar um carro à vista, talvez seja mais interessante poupar uma determinada quantia por mês, esperando o momento certo para adquirir o veículo. Desta forma, pode-se comprar o carro à vista ou com um prazo de financiamento bem menor (portanto, menos parcelas, menos juros...);

* diferenciar - amigos, amigos, negócios à parte. Os pais devem ensinar aos seus filhos que o momento de fazer compras não é de diversão, mas sim de pesquisar e negociar preços;

* negociar - pense sempre: em que mão o dinheiro vale mais, na sua ou na do vendedor? Sendo assim, informe-se antes de adquirir qualquer produto, e só realize a compra quando estiver certo de que analisou bem todas as possibilidades;

* equilíbrio - os pais devem conciliar momentos de economia com momentos de doação.

Atitudes fundamentais

O autor sugere ainda aos pais algumas atitudes que podem fazer a diferença. Que tal experimentar?

* ensine todos os dias, pois todos nós aprendemos por repetição;

* aprendemos por prazer, portanto, ensine seus filhos com diversão;

* ensine pelo exemplo, pois nós aprendemos por inspiração;

* ensine seus filhos com justiça (já que aprendemos por obrigação moral);

* ao ensinarmos nossos filhos, também aprendemos. Sendo assim, ensine com humildade;

* ensine com carinho. Todos nós aprendemos por amor.

*Gustavo Cerbasi é autor do livro recém-lançado "Filhos Inteligentes enriquecem sozinhos" e apresentou palestra do mesmo título na Expo Money, evento de finanças realizado em São Paulo.


Fonte: Infomoney

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse cara não tem filhos...