terça-feira, 7 de março de 2006

Artigo



Paraíso, inferno, paraíso
Clóvis Rossi


Bom, por fim, surge alguém, além do presidente Lula, para considerar o Brasil um paraíso. "O paraíso financeiro é o Brasil. A política brasileira é extremamente concentradora", diz dom Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.Imagino que os hidrófobos do PT e seus filósofos incluirão dom Odilo entre os que odeiam o PT e contra ele conspiram. Afinal, o Brasil é também um paraíso para a idiotia.

Pena que seja um inferno para quem entra em rota de colisão com o PT, caso dos parentes do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel. Tornaram-se os primeiros exilados políticos da democracia, o que seria absolutamente intolerável em qualquer país decente. No Brasil, faz-se denso silêncio.

Recordemos um pouco os fatos: no dia do enterro de Daniel, no início de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva disse que havia "gente graúda" envolvida. Se é assim, o que deveria fazer Luiz Inácio Lula da Silva quando se transformou de candidato em presidente da República?

Colocar a Polícia Federal para fazer a mais profunda investigação até chegar aos "graúdos" envolvidos, ainda mais que sete pessoas que tiveram algum envolvimento nos fatos foram também mortas.O que fez Lula? Nada, a não ser mudar de opinião e passar a achar que o crime era "comum", sem qualquer tipo de investigação.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que vive dizendo que nunca se investigou tanto a corrupção como no atual governo, tampouco se mexeu nesse caso, embora todos os indícios apontem para corrupção em uma prefeitura comandada pelo PT, em benefício do PT, o partido do caixa dois, que Thomaz Bastos diz ser "coisa de bandido".

E olhe que estamos falando do assassinato do coordenador de campanha do futuro presidente.

Resta o exílio para os parentes do morto, com o que se prova que o Brasil é também o paraíso das máfias.

@ - crossi@uol.com.br

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