sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Artigo

Lula, de novo; não!
Petrônio Souza Gonçalves (*)


Lula, de novo; não! Não, porque eu não suporto mais ver o meu país sufocado com tanta corrupção. Não, por que eu votei em Lula na esperança de mudança, e não quero mais ver o José Sarney mandando, governando este país como se ele fosse uma eterna capitania hereditária.

Lula, de novo; não! Não, porque eu não quero ver um governo fazendo acordos espúrios e transformando o Planalto Central em um imenso ranário, com relações promíscuas entre o sapo barbudo e o grilo saltitante Jader Barbalho. Por que eu não quero ver o poder comprando a independência dos partidos, trocando a sua auto-determinação por um caminhão de cargos e empregos. Tudo mais barato que um Land Rover.

Lula, de novo; não! Porque eu não acredito no PMDB de Ney Sanguessuga, do fazendeiro do ar Romero Jucá, do colorido Renan Calheiros e do Newtão, o Newton Cardoso, o novo e caridoso companheiro de Lula, o generoso. Eu prefiro o PMDB de Itamar Franco, de Pedro Simon, de Roberto Requião. Aquele que Lula ignorou, rifou e enganou...

Lula, de novo; não! Não, porque eu vou votar por um país renovado, livre dos seus inimigos, dos companheiros e aliados de Lula, aquele punhadinho de pelegos que criaram e viabilizaram o mensalão com seus 40 ladrões. Enquanto uns surrupiavam os cofres públicos de um lado, guiados pelo carequinha amestrado do José Dirceu, outros sugavam o nosso sangue por meio da Máfia das Sanguessugas, todos, ou quase todos, da base aliada do governo, integrando uma nova categoria de mensaleiros.

Lula, de novo; não! Porque eu não quero ver um ministro alugando uma casa na capital da nação para manter relações sexuais com garotas de programa, fazendo do poder um novo braço de um prostíbulo. Tudo isso, invadindo nossas casas, chegando ao seio da família brasileira, que não merecia assistir a tanta bandalheira.

Lula, de novo; não! Porque governar o país não é mergulhar em uma piscina de prazer, não é comprar um avião novinho para voar por cima da nossa realidade sócio-cultural, não é fazer festinhas privadas como se o resto do país fosse um distante e intransponível arraial.

Lula, de novo; não! Porque eu não quero ver um governo deslumbrando com as suas próprias debilidades, embriagado com suas limitações, e que dança frente aos olhos da nação, para comemorar as suas desastrosas absolvições.

Lula, de novo; não! Porque eu acredito no perdão que dignifica e não na absolvição que incentiva.

Lula, de novo; não! Porque eu sou brasileiro, e tenho vergonha na cara!

(*) Petrônio Souza Gonçalves - é jornalista e escritor
belooriente@cidademais.com.br

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