terça-feira, 19 de setembro de 2006

Artigo

Estilo
Dora Kramer - O Estado de São Paulo


As pessoas em geral, sejam ricas ou pobres, aprendem desde pequenas a tratar os subordinados com respeito. É uma espécie de clássico da educação familiar.

O livro dos jornalistas Leonencio Nossa (Estadão) e Eduardo Scolese (Folha) sobre as viagens com o presidente Luiz Inácio da Silva traçam um breve, despretensioso e revelador retrato da visão de Lula sobre o quesito civilidade. Ali, a grosseria com os auxiliares é marca registrada.

Essa rudeza de trato talvez explique em boa medida a rejeição do eleitorado feminino ao petista, cujo primeiro ato público dessa natureza como presidente foi o esquecimento de Marisa Letícia dentro de um carro oficial durante viagem à Espanha.

Os dois jornalistas romperam o cordão de proteção em torno de Lula em relação a seu linguajar vulgar, aplicado até mesmo a audiências no Palácio do Planalto. Uma delegação da OAB que esteve com ele este ano saiu do gabinete impressionada com a falta de respeito à liturgia do cargo.

O modo como as pessoas falam é o modo como as pessoas pensam e agem. No caso do presidente, com total ausência de limites.

Ele era assim no Sindicato dos Metalúrgicos, sempre foi assim no partido e piorou bem na Presidência. Aquele episódio em que comeu um bombom durante solenidade oficial e jogou o papel no chão é auto-explicativo.

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