segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Homem-cueca

Homem da cueca pede votos para ex-chefe
Josie Jeronimo - (JB)

Ele virou piada nacional, não pode andar nas ruas sem ouvir uma ironia e mesmo assim continua pedindo votos para o antigo chefe. A lealdade ao PT saiu cara para José Adalberto Vieira. Flagrado com US$ 100 mil dólares de origem desconhecida na cueca, perdeu o emprego como assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE) e o sossego.

Apesar disso, José Adalberto anda de porta em porta na zona rural de Aracati, a 140 quilômetros de Fortaleza, militando em favor do irmão de José Genoino, candidato à Câmara.

Pai de dois filhos, o ex-assessor ainda não tem emprego fixo. A mulher, Raimunda Lúcia, é do conselho tutelar do município e ganha R$ 500 mensais. O Vectra que ambos dirigem destoa da paisagem do bairro e da casa modesta em que a família vive. A dedicação de Adalberto à campanha de José Nobre e a pequena renda que oficialmente sustenta a família levanta uma suspeita entre os vizinhos: o ex-assessor continuaria ligado ao irmão de Genoino. O deputado nega.

- Qualquer cidadão tem o direito de pedir voto para quem quer que seja - informa José Nobre, por meio de assessor.

José Adalberto foge da imprensa e não visita mais os antigos amigos. Quando precisa ir ao Centro de Aracati, ouve uma infinidade de paródias inspiradas no episódio da cueca, repetidas em rádios locais.

Mas a paixão pelo partido vem de longa data. Era conhecido como Adalberto do PT. agora, é chamado ''homem da cueca''. Teve de se desfiliar depois do escândalo, mas não abandonou a militância .

- Ele nasceu com sangue de PT - resume Francisco André, amigo de infância de Adalberto.

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