segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Artigo da Manhã


O funeral do PT
Marcelo Medeiros (Jornal do Brasil)
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva indignou a opinião pública em entrevista que concedeu à Rede Globo no primeiro dia do ano.
Afirmou desconhecer os esquemas de corrupção: caixa dois, mensalão, compra de votos, favorecimento de empresas em troca de comissões, depósitos ilegais em contas no exterior, e outros crimes.
Alegou com a maior desfaçatez que não poderia saber o que se passa nos bastidores do governo que preside, a não ser que alguém lhe contasse ou até mesmo denunciasse.
No Estado brasileiro o presidente da República é o responsável legal e político por tudo que acontece na administração federal, sob pena de incorrer no crime de responsabilidade, sujeito a impeachment.
Tentar impingir aos brasileiros o seu total desconhecimento dos milhões e milhões de reais roubados dos cofres públicos, sob o comando do PT.
Para Cora Rónai: ''Ninguém merecia começar o ano ouvindo as declarações cínicas de um homem covarde que não se envergonha de jogar todos os erros nas costas dos subordinados, numa vã tentativa de se manter acima do lamaçal em que chafurda''.
Em seqüência a esta inaceitável entrevista, o presidente Lula anuncia o lançamento de um pacote de precárias obras públicas, visando as próximas eleições deste ano. Trata-se do mais escancarado peculato eleitoral da História do Brasil.
São obras de emergência em diversas estradas planejadas com açodamento. E, inclusive, reprovadas pela expressiva maioria dos engenheiros do setor, que afirmam que os recursos disponibilizados servem apenas para tapar os buracos que ressurgirão com as chuvas. É o pagamento em dobro da demagogia.
O governo quer fazer em um ano o que não fez em três. Custe o que custar. (Até agora R$ 30 bilhões). O objetivo é enganar os eleitores.
Do pacote constam também obras nas Ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, concessão à iniciativa privada de três mil quilômetros de rodovias e licitação de duas hidrelétricas. Tudo isso para dar a impressão que o governo é dinâmico e capaz de administrar.
Para esta ostentação administrativa serão gastos recursos do Tesouro Nacional, do BNDES e dos fundos de pensão das estatais. Com relação aos fundos, cabe a pergunta: será que os mutuários desses fundos estão interessados em financiar obras demagógicas?
Como a sociedade poderá ter confiança se estes recursos liberados às vésperas das eleições, sem licitação pública, serão aplicados honestamente?
Das três empreiteiras contratadas para a operação tapa-buracos nas rodovias federais, duas já prestaram serviços ao governo com ''irregularidades graves'', descobertas pelas auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU).
O governo tenta, levianamente, recuperar os seus índices de aprovação que despencaram. Lula, que no primeiro semestre do ano passado parecia imbatível como candidato à reeleição, hoje, segundo vários institutos de pesquisa, perde nos dois turnos para o Prefeito de São Paulo, José Serra.
É o triste final de um governo cujo partido que elegeu o presidente da República empolgou a opinião pública e se desmoralizou por praticar exatamente o contrário do que pregava e prometia.
O eleitor das próximas eleições de 2006, não pode se deixar roubar, nem ser enganado pela máquina de corrupção e propaganda do PT.
Marcelo Medeiros, jornalista

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