IMPERATIVO MORAL PARA EVITARA RUPTURA DEFINITIVA DAS INSTITUIÇÕES
Geraldo Almendra
07/junho/2006
“Tanto ódio, tanta mágoa, tanto ressentimento' por cuidar dos pobres: 'É proibido fazer as coisas para o pobre. A história política do Brasil é cheia de exemplos. Na hora em que você tenta governar para os mais fracos, pode ficar certo que vai ter muito inimigo”. Luís Inácio Lula da Silva.
Estamos escutando o tipo de discurso que, por si só, se não estivéssemos em um ambiente político marcado pela paralisia da sociedade diante da degeneração moral e ética do poder público, exigiria a destituição do presidente, condutor do país, pelos seus atos, na direção de um regime totalitário e de uma guerra civil, que já está tomando conta das grandes metrópoles, em um conflito que se apresenta, conforme inúmeras denúncias, como um braço alternativo de forças revolucionárias populistas e comunistas disfarçadas, e cada vez mais próximas do crime organizado.
O jogo de palavras da política prostituída em plena campanha – não declarada – para candidato a ditador fascista, representa a face mais pura da estratégia do petismo da camarilha do “soberano”, depois que seu grupo assumiu o poder político, no impune estelionato eleitoral de 2002: jogar mais de 50 milhões de cidadãos que têm sido vítimas de governos corruptos e incompetentes, contra o resto da sociedade, preparando o golpe final da derrocada do Estado de Direito Democrático no país, se aproveitando de forma leviana e hipócrita do esfacelamento da nossa falta de confiança nas instituições públicas, que é o resultado direto dos atos de uma Justiça refém do corporativismo e da prostituição da política.
A ladinice fascista tem mostrado suas caras na blindagem das organizações criminosas infiltradas no Estado, na depredação do patrimônio público, na invasão e destruição de propriedades privadas, na derrotada proposta de desarme da sociedade civil, na tentativa de censura da imprensa e da produção cultural, no controle corporativista do poder público, na prática do assistencialismo comprador de votos, na manipulação dos movimentos sociais e, mais recentemente, na depredação de instalações do Congresso Nacional.
Contudo, sua pior face, é a captura corporativista dos poderes da República e das lideranças das milícias policiais oficiais, civis e militares, para servirem aos seus propósitos de tomada do poder, garantidos pelo contingenciamento tecnológico, material e moral imposto às Forças Armadas, para evitar que as mesmas cumpram o seu papel constitucional de proteger o país da destruição da democracia e das nossas liberdades individuais.
A lógica sub-reptícia dos movimentos das peças do xadrez do fascismo se estrutura “lentamente”, para mostrar à sociedade, quando lhe for conveniente, o cheque-mate de que eles serão capazes de impor à democracia no caso da derrota do seu candidato a ditador nas eleições de outubro, encerrando, antecipadamente, nossos sonhos de vivermos em um país livre, justo e digno.
O paradoxo das ações do desgoverno petista fica visivelmente ressaltado quando se lê o diagnóstico feito por um insuspeito empresário, em recente artigo, no qual apresenta de forma simplificada, mas objetiva, uma radiografia do Brasil enfatizando alguns importantes aspectos sociais, econômicos e culturais.
No período de 1996 a 2005, a economia mundial cresceu 3,8% ao ano, e o Brasil cresceu 2,2%. Nesse ritmo, o mundo dobrará a renda per capita em 30 anos, o Brasil levará cem anos. Vamos acrescentar a esta informação que a renda per capita de aproximadamente 90 % dos brasileiros está em torno de 1 salário mínimo.
Entre 1995 e 2004, os paises emergentes investiram cerca de 30% do PIB em atividades produtivas: o Brasil investiu 19%. O investimento público, que estava em 4% do PIB em atividades produtivas em 1970 já era irrisório, caiu para 0,5% em 2005. Nesse período, a carga tributária quase dobrou, chegando perto de 40% do PIB.
Para crescer 3,5% ao ano, os investimentos em energia elétrica, petróleo, gás, telecomunicações e transporte teriam de ser de, no mínimo US$ 27 bilhões por ano, enquanto, na realidade não passam de US$ 14 bilhões.
Dentre os 127 paises estudados pelo "Program for International Student Assessement" (PISA), o desempenho dos alunos brasileiros está em último lugar em matemática e penúltimo em ciências. Em pleno século 21, temos 16 milhões de analfabetos e, entre os que sabem ler, temos mais de 50% não entendendo o que lêem.
Faltou ao digno empresário enfatizar que o desgoverno atual pouco ou nada fez para reverter esse quadro, e que nosso país já está sendo rotulando no mundo como uma das sociedades mais corruptas das nações em desenvolvimento.
Em outubro de 2006 poderemos assistir o enterro coletivo das virtudes humanas que está sendo preparado pela demoníaca ação de milhares de filhos dos ovos da serpente do pântano da política que foram infiltrados no poder público durante o desgoverno petista, que fez da “herança maldita”, recebida do desgoverno anterior, uma sofisticada máquina de manipulação meliante do Estado, para garantir a perpetuação no poder de organizações criminosas que estão a serviço dos traidores do povo.
Um imperativo moral exige a desconstrução urgente dos alicerces do Estado corrupto como condição básica para salvar o país do fosso do atraso sócio-econômico-cultural que será agravado pelo fascismo totalitário.
Uma revolução que precisa ser feita nas urnas em outubro está cada vez mais distante, segundo as pesquisas de opinião, moralmente viciadas com a força do assistencialismo preservador da pobreza e motivador da concentração de quase um milhão de abandonados nas estradas do país – potenciais candidatos ao exército revolucionário fascista, que estão sendo integrados ao programa assistencialista do desgoverno Lula.
O mesmo amor que a sociedade organizada demonstra ter para o futebol, candidato a campeão mundial – mais uma vez –, deveria ser demonstrado para evitar que o país seja pacificamente entregue, em outubro, a um regime político prostituído que terá o livre arbítrio de continuar nos deixando falar e escrever para os ventos da ignorância nacional, ou calar nosso brio patriótico com os instrumentos de cassação de nossas liberdades individuais e do “Estado de Direito Democrático”, que já está cada vez mais se caracterizando como um espúrio instrumento de preservação dos “direitos” dos chefes das organizações criminosas do poder público e seus cúmplices, todos protegidos pelo corporativismo corrupto dos poderes da “República” fascista.
"Não são apenas os maus dirigentes de uma nação os únicos responsáveis pelos erros e males que afligem o seu povo, mas, também, [e principalmente] os indiferentes, os que se conservam comodamente alheios aos seus problemas políticos e sociais", e acabam sendo conscientemente beneficiados pelos frutos da degradação moral e ética das relações públicas-privadas e pelo covarde e lento genocídio dos pobres e dos menos favorecidos.



Nenhum comentário:
Postar um comentário