sexta-feira, 19 de maio de 2006

Artigo



CÚMPLICES DO FASCISMO E DA CORRUPÇÃO
Geraldo Almendra

“A prostituição da política, a impunidade dos culpados, o silêncio ou a omissão dos cúmplices covardes, e as maracutaias dos ratos omissos que estão esperando o sol do fascismo para saírem de suas tocas, são as bases da destruição política, social e econômica do nosso país, que está sendo devastado pela orgia da corrupção e pelo corporativismo meliante dentro do poder público”.

Motivado por um recente posicionamento público de quatro artistas famosos, a respeito do desgoverno do PT, resolvi enviar para mais de 200 nomes do meio artístico, tendo como fonte uma lista que obtive na Internet, duas mensagens individuais em um mesmo email. A primeira representada pelo artigo “Para dizer que temos coragem” e uma outra representada por uma carta pessoal enviada ao presidente Lula.

O teor dessas mensagens, já divulgadas na Internet, por uma questão de lógica primária, e por focarem um cenário político de extrema gravidade pelo qual o país está atravessando, assim como contendo duras críticas que, como cidadão, faço ao desgoverno do PT, exigiria, de pessoas com um elevado grau de consciência crítica e esclarecimento, algum tipo de resposta.

Surpreendentemente, os únicos retornos que recebi continham o seguinte pedido escrito de formas alternativas: “por favor, retire o meu e-mail de sua lista” , como se um clamor coletivo para salvar o país dos ladrões e dos fascistas vermelhos que estão nos destruindo, fosse um spam insignificante sem motivo para ser lido.

Nenhum dos destinatários assumiu uma posição de discordância ou concordância em relação ao movimento do DIA DA DIGNIDADE NACIONAL – ressaltado em uma das mensagens – para se colocar do lado ou contra aqueles que estão se expondo em todo o Brasil para salvar o país das garras de uma quadrilha organizada e suas ramificações que, visivelmente, por tudo o que tem se noticiado na mídia, está dando as cartas no poder público, e está ficando difícil perceber quem não tem o preço de sua dignidade, de sua honestidade e de sua honra, já estabelecido no balcão da traição ao país.

Deve-se ressaltar, que todos esses “patriotas” do meio artístico – muitos paparicadores das elites dirigentes – vivem confortavelmente porque um povo humilhado, e sistematicamente roubado pelas gangues de corruptos e ladrões que são denunciadas pela mídia e investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia federal, lhes garante audiência nos canais de televisão, nos teatros ou nos cinemas.

Diante de tanta omissão, covardia ou parceria branca com os estelionatários da política, de centenas daqueles que poderiam estar ajudando a salvar o país das mãos da canalha corrupta, estamos nos sentindo cada vez mais imbecis e palhaços, pois além de pagar a conta dos salários e mordomias dos meliantes que roubam o nosso dinheiro dentro do poder público, estamos sustentando o sucesso, o luxo, o bem-estar, a prepotência, o egoísmo, o individualismo, e a soberba de centenas de artistas que simplesmente não estão nem aí para as causas que estamos defendendo no Dia da Dignidade Nacional.

Pois é, diriam muitos desses, rindo de minha revolta: – Meu caro, estamos em uma democracia, e ninguém tem a obrigação de emitir opinião sobre suas mensagens, e continuariam suas aulas nas “escolinhas” preconceituosas de formação dos parceiros dos sócios da exploração do povo.

Responderia para essa gente o seguinte: não vivemos em uma democracia. Vivemos em uma ditadura civil que explora o povo e é bancada pelo corporativismo espúrio dos poderes da República que são protegidos pelas elites dirigentes; ninguém mais dessa súcia se incomoda com as críticas da sociedade, ou com as denúncias de corrupção e prevaricação que são feitas pela mídia, pois os “donos” do Paraíso da Prostituição Política, que comandam o país, transformaram os Palácios da República, em bunkers da prostituição política, que são habitados por gente da pior espécie: homens públicos corruptos, incompetentes mandados, ladrões, assassinos, e lobistas que fazem a ponte do assalto aos contribuintes nas relações públicas-privadas. Cada vez mais essa gente torpe está desqualificando covardemente a imagem daqueles que realmente se comportam como servidores do povo em nome do Estado. Está ficando difícil diferenciar um servidor público honesto dos participantes das organizações criminosas que comandam a mais podre das hierarquias de um poder público corporativista, que se tem notícia na história do país.

O Brasil está passando por sua mais dura provação política, e que está colocando à prova a força moral de nossas convicções do que é melhor para o futuro de nossos filhos e suas famílias.

Muitos dos que pertencem às classes profissionais dos mais esclarecidos – artistas, professores, acadêmicos, profissionais liberais, etc. – têm o direito de se recusarem a participar de uma revolução na luta por uma verdadeira democracia; têm o direito de se negarem a participar de uma união para prender os que se encastelam no poder público e nos roubam, e têm o direito de não querer lutar para salvar nossa sociedade das mãos dos fascistas vermelhos. Contudo, nunca poderão apagar de suas consciências e de suas biografias o fato de terem sido covardes, cúmplices ou omissos diante de suas obrigações como cidadãos e defensores de nossa pátria, na mais grave crise política e de valores morais e éticos de nossa história. Serão lembrados por seus descendentes como traidores que ajudaram a acabar com os nossos sonhos de um país com uma verdadeira democracia, em uma sociedade justa e digna.

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