terça-feira, 16 de maio de 2006

MST se oferece a Morales para expulsar latifundiários brasileiros


O presidente da Bolívia, Evo Morales, recebeu um inusitado apoio do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, para sua "revolução agrária". No encerramento do Fórum Alternativo, em Viena, Stédile ofereceu as tropas do MST para expulsar os "latifundiários brasileiros" da Bolívia. Stédile tocou ainda no ponto nevrálgico das relações Brasil-Bolívia ao declarar que "o povo brasileiro apóia a estatização do setor do gás na Bolívia", para delírio da platéia que lotava um complexo esportivo da capital austríaca.

"Estamos ansiosos, agora, com a reforma agrária e esperamos que ela comece pelas terras dos latifundiários brasileiros", afirmou Stédile. "O dia que você precise expulsá-los, não precisa chamar o Exército. É só chamar o MST", completou, dirigindo-se a Morales.

A exposição inflamada de Stédile foi apenas uma das aberrações do encerramento desse fórum, que reuniu organizações não-governamentais em paralelo à IV Cimeira União Européia-América Latina. Pouco antes de Stédile, que falou em nome dos movimentos populares latino-americanos, o ativista antiglobalização José Bové, da França, distribuiu folhas de coca entre os membros da mesa diretora da sessão para que "degustassem" a erva e defendeu que ela se torne o símbolo do Fórum Alternativo. "A folha de coca não é só boa para a saúde. Ela expressa a cultura e o espírito de um povo", argumentou. (A Tarde)

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