sábado, 8 de julho de 2006

Artigo

NÃO EXISTE LULISMO. SÓ EXISTE PETISMO.
Reinaldo Azevedo


A idéia de que o lulismo substitui o petismo e de que o partido terá “menas” influência num eventual segundo mandato de Lula é uma tolice sem fim, que só prospera no jornalismo porque este é um ramo que tem certo parentesco com a ciência política, sendo outra coisa, embora com dedo opositor. Fosse pelo DNA, convenhamos, a gente bateria papo com chimpanzé.

A questão e simples. Lula tem lá suas características de líder carismático, que pode, eventualmente, falar acima das divisões de partidos, de classes, de interesses etc. Mas esse é o aspecto menos relevante do seu poder e de sua influência. Serve para ganhar eleição, sim. Mas não para governar. O ente de razão que lhe dá espinha dorsal chama-se PT.

É uma tolice supor que Lula exista sem o partido, embora a sua figura tenha mais amplo espectro do que a legenda. Neste exato momento, o Moderno Príncipe opera nos Três Poderes da República, nas estatais, na imprensa, no Ministério Público, nos Fundos de Pensão. Onde quer que haja alma viva ou algum interesse e/ou negócio que envolva dinheiro público, lá estão os companheiros. Essa máquina dá vida a Lula. “Ah, então ele não viveria sem o PT?” Há perguntas que não têm resposta porque são idiotas.

Supor que exista um lulismo acima do PT é, mais uma vez, fazer o jogo do partido. E o “partido”, a gente viu, retoca até a fala do Grande Líder. Stálin demorou alguns anos para mandar apagar algumas figuras das fotografias. O PT faz isso em tempo real.

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